importante: contraculturadigital ama o Firefox
O projeto Contra Cultura Digital é uma proposta de reflexão crítica em Mídias Digitais, que pretende analisar o contexto contemporâneo de apropriação de tecnologias livres, compreendendo sua idealização enquanto política cultural, seu enraizamento nas comunidades, desde as periferias urbanas até os assentamentos na zona rural, envolvendo coletivos de artistas, mestres populares, quilombos, aldeias indígenas, geeks, aprendizes.
Pretendemos reunir, com esta pesquisa, a perspectiva de pessoas que contribuíram com os projetos e processos gerados a partir do desenvolvimento da Cultura Digital no Brasil. A proposta é organizar uma publicação que reúna textos dos colaboradores, implementadores e críticos que vão “direto ao ponto”, da equipe de campo, cujo trabalho resultou num nova nova concepção sobre a interação entre povo, políticas, economia da cultura, afetos e fios.
Consideramos a publicação do livro “Cultura digital.br” (http://culturadigital.br/blog/2009/09/26/baixe-o-livro-culturadigital-br/), organizado por Rodrigo Savazoni e Sérgio Cohn e lançado em 2009, uma contribuição importante e uma referência fundamental para a reflexão, conceituação e práticas da Cultura Digital no Brasil. Há diversas visões expressas nesta publicação e gostaríamos também de dialogar com os textos, reflexões e conceitos apresentados nas entrevistas. A proposta Contra Cultura Digital pretende, assim, colaborar com mais olhares sobre a emergência da tecnologia, das novas mídias e o processamento antropofágico que acontece no espaço-tempo virtual e real, entre comunidades e agentes, pessoas e coletivos que contribuem com o processo de implementação dessas políticas em campo.
O formato da publicação será dividido entre textos e entrevistas. Os textos serão produzidos pela proponente e por colaboradores. Além disso, faremos uma roda de conversa com os colaboradores e pessoas que fazem ou fizeram parte da equipe de implementadores, de campo, com registro audiovisual a ser disponibilizado no site, interface pública da pesquisa. Por fim, serão realizadas três entrevistas que acreditamos dar conta de algumas dimensões fundamentais do nosso tema: Gilberto Gil, músico, compositor e ex-Ministro da Cultura; Tom Zé, músico, compositor, arranjador e tropicalista; Mãe Beth de Oxum, do Coco de Umbigada.
A nossa compreensão será buscada na conexão com as questões que emergiram no contexto da Contra Cultura, nos anos 1960 e que aparecem como essência das experimentações tecnológicas, cibernéticas, audiovisuais, com preocupações ecológicas e filosofias libertárias. O ex-Ministro da Cultura, Gilberto Gil, assinala a conexão entre a Contra Cultura e a Cultura Digital. “A contracultura, o movimento hippie teve uma capacidade importante de prenunciar essa desindividualização interessada, as individualidades e interesses acoplados. Os hippies pregaram isso, comunidade, indiferenciação do elemento humano, o de fora e o de dentro, todas essas coisas. Os hippies incorporaram isso em atitudes, em atos, em maneiras de ver a vida, de propor, foram prenunciadores de tudo o que estamos vivendo. Esse valor admitido, a beleza da diversidade que se deu recentemente é fruto deles. Hoje não é mais o pequeno recanto que reivindica sua sucessão ao universal, é o universal que chama o local para que ele venha…”.
Objetivo
Organizar uma publicação em formato eletrônico sobre a Cultura Digital no Brasil, com produção de textos, realização e edição de entrevistas, conectando o conceito à referência mundial da Contra Cultura e com a raiz tupiniquim universal tropicalista. A publicação será disponibilizada para circulação na Rede de Servidores Livres (http://rdsl.descentro.org/) e na Plataforma Cultura Digital (http://culturadigital.br/).
Objetivos específicos
Contribuir para a consolidação conceitual e apropriação prática reflexiva da Cultura Digital no Brasil;
Abordar a relação teoria/prática, contestando a relação de oposição e criando um espaço-tempo de subversão das práticas e teorias sobre tecnologia e cultura;
Compreender o contexto de apropriação tecnológica sob a perspectiva étnica, geopolítica e identitária;
Compreender a relação entre política e economia nas políticas culturais, analisando a hipótese de que as políticas públicas buscam resolver questões econômicas no campo da política e, no caso do nosso tema, da cultura;
Pesquisar aspectos relativos aos processos de autonomia, emponderamento e emancipação social de comunidades e coletivos, questionando até que ponto as políticas culturais geram autonomia ou, ao contrário, se apropriam de tais processos;
Realizar uma roda de conversa com colaboradores e implementadores de programas e políticas de Cultura Digital, com registro audiovisual a ser disponibilizado junto com os textos da publicação;
Realizar três grandes entrevistas sobre o tema: Gilberto Gil – músico, compositor e ex-Ministro da Cultura; Mãe Beth de Oxum – Coco de Umbigada, Rede Mocambos; Tom Zé – músico, compositor, tropicalista.
Justificativa
A pesquisa que propomos inspira-se no encontro entre as novas tecnologias livres, as singularidades da nossa cultura, povos, tribos e rituais, com a juventude que subverte as práticas de consumo da informação para um salto no processo de compartilhamento e construção colaborativa do conhecimento. Essa é a geração que “aprende a fazer upload antes de ouvir falar em download” e toma de assalto a tecnologia, criando processos criativos de comunicação e interação.
A Cultura Digital é definida não apenas pela troca de conhecimentos brutos e inadaptáveis, mas como “absurdo antropofágico, uma deglutição de conhecimentos”. Processo que se traduz na organicidade construída, processualmente definida nos Pontos de Cultura, cuja práxis resultou numa nova concepção sobre a interação entre povo, políticas, economia da cultura, afetos e fios. É nessa realidade em que “aprende-se a editar vídeos e comer açaí com farinha”, onde se reaprende a sabedoria perdida no tempo, nas redes, despertando novas dicotomias no campo cognitivo e sensorial e ampliando as ferramentas também de resistência ao poder.
Acreditamos ser fundamental um estudo que se dedique à análise das políticas sociais que adquiriram uma dimensão sem precedentes neste início de século em nosso país. A cultura é certamente uma das maiores expressões destas transformações. Além disso, há atividades que só adquirem maior intensidade num contexto, mais ou menos recente, de movimentos que tentam construir ações libertárias muitas vezes tornadas possíveis por vias institucionais, penetrando as brechas e expondo as estratégias insólitas dessas mesmas instituições.
Mais do que as edificações, as tecnologias e as instituições, são as ações humanas cotidianas e suas histórias que moldam o mundo em que vivemos. Aqui é onde acontece o que não está previsto nos códigos de conduta, manuais ou no cinismo de muitas das normas que regem instituições e relações sociais:
Na instituição a servir se insinuam assim um estilo de trocas sociais, um estilo de invenções técnicas e um estilo de resistência moral, isto é, uma economia do dom (de generosidades como revanche), uma estética de golpes (de operações de artistas) e uma ética da tenacidade (mil maneiras de negar à ordem estabelecida o estatuto de lei, de sentido ou fatalidade).
Produto final da proposta a ser desenvolvida
O projeto terá como produto final a produção de um site para disponibilizar os textos elaborados e reunidos durante a pesquisa, o registro audiovisual das entrevistas realizadas e outros materiais que tenham sido produzidos durante a pesquisa. Buscaremos viabilizar, ainda, após a conclusão do projeto, a edição e publicação impressa do livro Contra Cultura Digital, reunindo os textos e editando as entrevista para a publicação impressa.
Com o produto finalizado, pretendemos atingir o público dos agentes culturais que fazem parte de programas e políticas culturais como Pontos de Cultura, Pontos de Mídia Livre, articuladores Tuxáua; gestores e idealizadores de projetos junto ao Governo Federal; pesquisadores, cidadãos comuns, blogueiros, listas de discussão e redes sociais. Identificamos como redes estratégias para circulação a Plataforma Cultura Digital (http://culturadigital.br/) e a Rede de Servidores Livres (http://rdsl.descentro.org/). Pretendemos, assim, contribuir para a consolidação conceitual e apropriação prática reflexiva da Cultura Digital no Brasil.
Gilberto Gil, ex-Ministro da Cultura em: “Cultura Digital.br” Rodrigo Savazone e Sérgio Cohn (Org). Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2009.
Cláudio Prado, Coordenador do Laboratório Brasileiro de Cultura Digital em: “Cultura Digital.br” Rodrigo Savazone e Sérgio Cohn (Org). Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2009.
. VELOSO, Adriana. Pontos de Cultura, novas mídias, educação e democracia: Reflexões sobre o contexto de uma mudança estrutural no Brasil. in: Apropriações Tecnológicas: Emergência de textos, idéias e imagens do Submidialogia#3 (org. Karla Schuch Brunet). Salvador, BA: EDUFBA, 2008.
. CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: Artes de fazer. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.O projeto Contra Cultura Digital é uma proposta de reflexão crítica em Mídias Digitais, que pretende analisar o contexto contemporâneo de apropriação de tecnologias livres, compreendendo sua idealização enquanto política cultural, seu enraizamento nas comunidades, desde as periferias urbanas até os assentamentos na zona rural, envolvendo coletivos de artistas, mestres populares, quilombos, aldeias indígenas, geeks, aprendizes.
Pretendemos reunir, com esta pesquisa, a perspectiva de pessoas que contribuíram com os projetos e processos gerados a partir do desenvolvimento da Cultura Digital no Brasil. A proposta é organizar uma publicação que reúna textos dos colaboradores, implementadores e críticos que vão “direto ao ponto”, da equipe de campo, cujo trabalho resultou num nova nova concepção sobre a interação entre povo, políticas, economia da cultura, afetos e fios.
Consideramos a publicação do livro “Cultura digital.br” (http://culturadigital.br/blog/2009/09/26/baixe-o-livro-culturadigital-br/), organizado por Rodrigo Savazoni e Sérgio Cohn e lançado em 2009, uma contribuição importante e uma referência fundamental para a reflexão, conceituação e práticas da Cultura Digital no Brasil. Há diversas visões expressas nesta publicação e gostaríamos também de dialogar com os textos, reflexões e conceitos apresentados nas entrevistas. A proposta Contra Cultura Digital pretende, assim, colaborar com mais olhares sobre a emergência da tecnologia, das novas mídias e o processamento antropofágico que acontece no espaço-tempo virtual e real, entre comunidades e agentes, pessoas e coletivos que contribuem com o processo de implementação dessas políticas em campo.
O formato da publicação será dividido entre textos e entrevistas. Os textos serão produzidos pela proponente e por colaboradores. Além disso, faremos uma roda de conversa com os colaboradores e pessoas que fazem ou fizeram parte da equipe de implementadores, de campo, com registro audiovisual a ser disponibilizado no site, interface pública da pesquisa. Por fim, serão realizadas três entrevistas que acreditamos dar conta de algumas dimensões fundamentais do nosso tema: Gilberto Gil, músico, compositor e ex-Ministro da Cultura; Tom Zé, músico, compositor, arranjador e tropicalista; Mãe Beth de Oxum, do Coco de Umbigada.
A nossa compreensão será buscada na conexão com as questões que emergiram no contexto da Contra Cultura, nos anos 1960 e que aparecem como essência das experimentações tecnológicas, cibernéticas, audiovisuais, com preocupações ecológicas e filosofias libertárias. O ex-Ministro da Cultura, Gilberto Gil, assinala a conexão entre a Contra Cultura e a Cultura Digital. “A contracultura, o movimento hippie teve uma capacidade importante de prenunciar essa desindividualização interessada, as individualidades e interesses acoplados. Os hippies pregaram isso, comunidade, indiferenciação do elemento humano, o de fora e o de dentro, todas essas coisas. Os hippies incorporaram isso em atitudes, em atos, em maneiras de ver a vida, de propor, foram prenunciadores de tudo o que estamos vivendo. Esse valor admitido, a beleza da diversidade que se deu recentemente é fruto deles. Hoje não é mais o pequeno recanto que reivindica sua sucessão ao universal, é o universal que chama o local para que ele venha…”.
Objetivo
Organizar uma publicação em formato eletrônico sobre a Cultura Digital no Brasil, com produção de textos, realização e edição de entrevistas, conectando o conceito à referência mundial da Contra Cultura e com a raiz tupiniquim universal tropicalista. A publicação será disponibilizada para circulação na Rede de Servidores Livres (http://rdsl.descentro.org/) e na Plataforma Cultura Digital (http://culturadigital.br/).
Objetivos específicos
Contribuir para a consolidação conceitual e apropriação prática reflexiva da Cultura Digital no Brasil;
Abordar a relação teoria/prática, contestando a relação de oposição e criando um espaço-tempo de subversão das práticas e teorias sobre tecnologia e cultura;
Compreender o contexto de apropriação tecnológica sob a perspectiva étnica, geopolítica e identitária;
Compreender a relação entre política e economia nas políticas culturais, analisando a hipótese de que as políticas públicas buscam resolver questões econômicas no campo da política e, no caso do nosso tema, da cultura;
Pesquisar aspectos relativos aos processos de autonomia, emponderamento e emancipação social de comunidades e coletivos, questionando até que ponto as políticas culturais geram autonomia ou, ao contrário, se apropriam de tais processos;
Realizar uma roda de conversa com colaboradores e implementadores de programas e políticas de Cultura Digital, com registro audiovisual a ser disponibilizado junto com os textos da publicação;
Realizar três grandes entrevistas sobre o tema: Gilberto Gil – músico, compositor e ex-Ministro da Cultura; Mãe Beth de Oxum – Coco de Umbigada, Rede Mocambos; Tom Zé – músico, compositor, tropicalista.
Justificativa
A pesquisa que propomos inspira-se no encontro entre as novas tecnologias livres, as singularidades da nossa cultura, povos, tribos e rituais, com a juventude que subverte as práticas de consumo da informação para um salto no processo de compartilhamento e construção colaborativa do conhecimento. Essa é a geração que “aprende a fazer upload antes de ouvir falar em download” e toma de assalto a tecnologia, criando processos criativos de comunicação e interação.
A Cultura Digital é definida não apenas pela troca de conhecimentos brutos e inadaptáveis, mas como “absurdo antropofágico, uma deglutição de conhecimentos”. Processo que se traduz na organicidade construída, processualmente definida nos Pontos de Cultura, cuja práxis resultou numa nova concepção sobre a interação entre povo, políticas, economia da cultura, afetos e fios. É nessa realidade em que “aprende-se a editar vídeos e comer açaí com farinha”, onde se reaprende a sabedoria perdida no tempo, nas redes, despertando novas dicotomias no campo cognitivo e sensorial e ampliando as ferramentas também de resistência ao poder.
Acreditamos ser fundamental um estudo que se dedique à análise das políticas sociais que adquiriram uma dimensão sem precedentes neste início de século em nosso país. A cultura é certamente uma das maiores expressões destas transformações. Além disso, há atividades que só adquirem maior intensidade num contexto, mais ou menos recente, de movimentos que tentam construir ações libertárias muitas vezes tornadas possíveis por vias institucionais, penetrando as brechas e expondo as estratégias insólitas dessas mesmas instituições.
Mais do que as edificações, as tecnologias e as instituições, são as ações humanas cotidianas e suas histórias que moldam o mundo em que vivemos. Aqui é onde acontece o que não está previsto nos códigos de conduta, manuais ou no cinismo de muitas das normas que regem instituições e relações sociais:
Na instituição a servir se insinuam assim um estilo de trocas sociais, um estilo de invenções técnicas e um estilo de resistência moral, isto é, uma economia do dom (de generosidades como revanche), uma estética de golpes (de operações de artistas) e uma ética da tenacidade (mil maneiras de negar à ordem estabelecida o estatuto de lei, de sentido ou fatalidade).
Produto final da proposta a ser desenvolvida
O projeto terá como produto final a produção de um site para disponibilizar os textos elaborados e reunidos durante a pesquisa, o registro audiovisual das entrevistas realizadas e outros materiais que tenham sido produzidos durante a pesquisa. Buscaremos viabilizar, ainda, após a conclusão do projeto, a edição e publicação impressa do livro Contra Cultura Digital, reunindo os textos e editando as entrevista para a publicação impressa.
Com o produto finalizado, pretendemos atingir o público dos agentes culturais que fazem parte de programas e políticas culturais como Pontos de Cultura, Pontos de Mídia Livre, articuladores Tuxáua; gestores e idealizadores de projetos junto ao Governo Federal; pesquisadores, cidadãos comuns, blogueiros, listas de discussão e redes sociais. Identificamos como redes estratégias para circulação a Plataforma Cultura Digital (http://culturadigital.br/) e a Rede de Servidores Livres (http://rdsl.descentro.org/). Pretendemos, assim, contribuir para a consolidação conceitual e apropriação prática reflexiva da Cultura Digital no Brasil.
Gilberto Gil, ex-Ministro da Cultura em: “Cultura Digital.br” Rodrigo Savazone e Sérgio Cohn (Org). Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2009.
Cláudio Prado, Coordenador do Laboratório Brasileiro de Cultura Digital em: “Cultura Digital.br” Rodrigo Savazone e Sérgio Cohn (Org). Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2009.
. VELOSO, Adriana. Pontos de Cultura, novas mídias, educação e democracia: Reflexões sobre o contexto de uma mudança estrutural no Brasil. in: Apropriações Tecnológicas: Emergência de textos, idéias e imagens do Submidialogia#3 (org. Karla Schuch Brunet). Salvador, BA: EDUFBA, 2008.
. CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: Artes de fazer. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
PARIS: Maio de 68
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